quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Algoritmos e abrasivos...

Na criação de uma obra de arte, três factores se conjugam e se inter condicionam: conteúdo/mensagem, forma/composição, meio/técnica. Desde o primeiro momento da concepção até aos últimos gestos da concretização, eles inibem-se e catalizam-se alternada e reciprocamente, ainda que sem lógica predefinida, e com enorme aleatoriedade.
Por vezes, as técnicas, com as suas potencialidades e “perfeições”, impõem-se-nos tão omnipotentemente, que damos por nós submergidos nas suas evidências como se fossem inevitabilidades; e atribuímos-lhe o que só a nós pertence: a definição do resultado a obter.

Se fosse a exacta aplicação das definições técnicas, o que define uma obra de arte, então já há muito teríamos sucumbido a um mundo de exclusiva clonagem estética e cultural. A exactidão e rigor da técnica, é apreciável ao nível da produção de equipamento quotidiano diverso; mas não determinável ao nível da criação de obras de arte.

Talvez a criação artística, seja o reduto mais recôndito do exercício do livre arbítrio e da concretização da diversidade poética.

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