quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Arte e sociedade...

As obras de arte chegam ao convívio do público por mediação de agentes específicos: programadores e curadores, críticos, galeristas, editores… É normal! Acontece porém, e não há aqui qualquer intenção depreciativa, haver diferenças ao nível da produção artística que influenciam a acção desses mediadores. Simplificando a questão, direi que há obras que difundem e ou aprofundam modelos estéticos já aceites socialmente, e outras que propõem novos modelos e abordagens. Este facto condiciona amiúde a apreciação e escolha dos agentes difusores da actividade artística; na maior parte dos casos bem informados e aptos a reconhecer e diferenciar níveis qualitativos, embora geralmente só das soluções caucionadas socialmente. Confrontados com abordagens estéticas e morais divergentes dos cânones contemporâneos, o cenário muda. Sem a segurança do apoio legitimador externo, só poucos conseguem lidar com o assunto e discernir por raciocínio e sensibilidade próprios. Entre esses, alguns têm a capacidade para ver mais além do imediato, e do comum. São os que propiciam a mudança e a renovação; que não se faz pela repetição de modelos gastos, mas antes pela introdução de descontinuidades.

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