sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Manuel Maria Barbosa du Bocage

Lembro, com alguns dias de antecipação, o desaparecimento de Bocage; poeta enorme... e de obra muito menos conhecida do que o seu nome!

Vós, crédulos Mortais alucinados
De sonhos, de quimeras, de aparências,
Colheis por uso erradas consequências
Dos acontecimentos desastrados.
*
Se à perdição correis, precipitados
Por cegas, por fogosas impaciências,
Indo a cair, gritais que são violências
De inexoráveis Céus, de negros Fados.
*
Se um celeste Poder, tirano e duro,
Às vezes extorquisse as liberdades,
Que prestava, oh Razão, teu lume puro?
*
Não forçam corações as Divindades,
Fado amigo não há, nem Fado escuro:
Fados são as paixões, são as vontades.

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