sexta-feira, 22 de maio de 2009

Plataforma Transcultural para o século XXI...

Realizou-se no passado dia 21, na Culturgest, mais uma das iníciativas incluídas no projecto de constituição em Lisboa de uma Plataforma Transcultural para o século XXI. O tema: Como encarar a deriva das indústrias culturais para as indúsrias criativas?
Os oradores: Carlos Fortuna, Dalila Rodrigues e Raquel Henriques da Silva, à última hora, também Catarina Selada.

O modelo apresentado para esta iníciativa foi o de mesa redonda (que acabou rectangular e de sentido único). De facto o que se viu foi uma conferência; talvez, se tivessem sido mais os escassos minutos dedicados ao "diálogo", (na prática perguntas à mesa) e tivesse havido interacção e troca de opiniões, se colhessem maiores frutos e criatividade.

Carlos Fortuna teve uma intervenção absolutamente académica e estritamente teórica, demasiado abstractizada e com alguma redutibilidade exclusora potencialmente perigosa; porque, como disse uma das oradoras "...é bom que o T de tolerância seja bem grande, porque nunca se sabe por onde anda a criatividade."
Nas intervenções de Dalila Rodrigues e de Raquel Henriques da Silva, ressaltou o conhecimento de campo e o saber que resulta da prática de concretização de projectos; o que foi muito interessante.
Por motivos circunstanciais Catarina Selada foi integrada neste painel, e isso foi bom, porque a sua intervenção acrescentou ao tema, a vertente económica e de sustentabilidade social.

No conjunto, pareceu-me evidente a carência da importância atribuída às questões do financiamente e auto-sustentação económica/financeira. Cuja responsabilidade aparece tácitamente como subjacente ao Estado. A verdade é que ao atribuir-se à cultura e à criatividade estatuto de indústria, é absolutamente imprescindível que se lhe imputem também as consequências resultantes dessa nova realidade; nomeadamente empreendorismo, independência financeira e auto-sustentabilidade. Mas a este respeito foram mais esclarecedoras as palavras de Luis Serpa, no encerramento dos trabalhos, evidênciando uma percepção muitíssimo realista destas questões. E assim, sendo ele o mentor do projecto, é crível, não só que se concretize, mas também que frutifique.

Sem comentários: