sábado, 27 de junho de 2009

Senhores da verdade...

É ridículo ver as pretendidas e pretensiosas autoridades intelectuais querendo estabelecer e fixar o exacto e definitivo sentido da obra de um artista. Atribuírem-se a si, a autoridade de saber o que queria de facto o autor quando fez isto ou optou por aquilo. Quando o artista cria uma obra, faz o que sente e o que quer, mas simultaneamente, disponibiliza um suporte catalizador de pensamentos e emoções onde os fruidores dessa obra (todos e cada um) colam o que sentem e o que pensam, na qual se projectam e com a qual estabelecem um diálogo e uma história pessoais... isto se a obra o cativar, claro.
Para que as tais pretensiosas e pretendidas autoridades possam exequir com verdade esse papel que se atribuem, terão primeiro de criar obra, e depois sim, falem do que fizeram e fechem e empobreçam à vontade o resultado da sua criatividade; porque então serão verdadeiros, pois serão juízes a julgar em causa própria.

Como dizia o Almada (citado de memória): apresente cada um o que tem para apresentar e deixe-se de comentários!

Sem comentários: