da existência dos homens...
Antes do esclavagismo talvez vagueassem livres pela rotundez do território - é mera ficção.
Depois bovinizaram-se. Então, cumpridos os deveres e ganhado o direito ao alimento, pastavam a céu aberto. Mais tarde, para rentabilizarem o "a céu aberto" e sofisticarem as relações de dependência, cederam o território, loteado, à engenharia e à construção civil e passou-se à generalização da existência em interior - em zonas de conforto.
Agora, o pasto disponibiliza-se embalado, higienizado e empilhado, em pequeníssimos armazéns a que chamam - talvez eufemisticamente - "grandes superfícies". O anseio maior é a alimentação automatizada e a mecanização da transportação universal; primeiro circular e presencial - de lote em lote - e depois, por amor da rentabilidade e da economia, na livre imensidão de um ecrã.
dito o mesmo de outra maneira, menos poética.
Na hierarquia das instituições sociais, a "economia" ocupa o topo. A ela se subordinam todas as outras, sobretudo, e principalmente, as instituições do poder.
A finalidade da sociedade é a "economia", não as pessoas. As pessoas são funcionais - instrumentais -, são posições activas e passivas para a concretização do desejado crescimento da economia; o aumento da riqueza. É suposto que do aumento da riqueza, resulta uma redução da pobreza. É falso.
O aumento da riqueza aumenta a diferença entre o que é rico e o que é pobre. "Riqueza" é o oposto de "pobreza" e, por isso, andam sempre a par - um não pode existir sem outro. Acaba-se com a pobreza acabando com a riqueza; acaba-se com a riqueza acabando com a pobreza.
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